Como automatizar o que não conhecemos?

Por mope

20/06/22

Grandes fornecedores de tecnologia da área mineral já falam em automatizar plantas completas, embora apresentem um incompleto conhecimento fenomenológico de muitas operações unitárias mecânicas de beneficiamento mineral. Por exemplo, a atuação do operador nas operações de moagem e concentração, como a flotação, é tão imprescindível quanto a experiência de um taxista numa grande cidade.

Antes de colocar as operações mecânicas de beneficiamento em “modo automático”, primeiro é preciso Estudar, Compreender, Operar, Avaliar, Diagnosticar, Simular, Controlar, Estabilizar e Otimizá-las manualmente. Apesar de transcorrido mais de 110 anos desde as primeiras operações de moagem e de flotação, estas ainda não estão prontas para o controle automático, pois carecem – parcial ou até integralmente – da autônoma procura natural do equilíbrio, de forças impulsoras e de gradiente efetivo, como acontece com as operações de transferência molecular de massa, de quantidade de movimento ou de calor, comuns em outras atividades industriais, onde a presença do operador é menos relevante.

Sem essas condições de ocorrência natural autônoma e, somando os auto-distúrbios operacionais gerados pelo próprio operador (como cargas circulantes), as tentativas de controle esbarram com verdadeiras “caixas pretas”, onde não há relação consistente ou confiável entre “input” e “output” e, quase que por regra geral, raramente é mantida a Lei de Conservação de Massa entre a entrada e a saída do fluxo principal. Partículas de minério nadam como salmões pelo fluxo em direção ao concentrado, gastando energia contra uma corrente de carga circulante cinco ou mais vezes superior.

A MOPE editou dois livros de engenharia no Brasil (de autoria de Alexis Yovanovic), discutindo esta situação e desenvolvendo modelos analógicos que possam orientar o operador (ou eventual sistema de controle) para que as partículas de minério sejam forçadas a caminhar pelo mesmo caminho que as moléculas sozinhas seguiriam ou, como na analogia anterior, pela rota que um taxista experiente percorreria para levar o mineral minério desde o ROM até o concentrado final, num trajeto curto, rápido e econômico tanto quanto possível, dentro da complicada cidade representada pela planta.

Esta teoria é o MODELO OPERACIONAL (que dá o nome a nossa empresa). A partir dessas descobertas (leis matemáticas e princípios) foram desenvolvidas as nossas ferramentas de simulação e, com elas, já temos conseguido controlar diversas operações unitárias com transferência de partículas de forma 100% automática.

Não há como automatizar o transporte numa cidade que não se conhece. A MOPE estuda primeiro o mapa da cidade, detecta o caminho ótimo e fornece um GPS, com algoritmo otimizador, para que mesmo um novato possa mobilizar-se e, se for conveniente (nem sempre é assim) poder operar em 100% automático.

O conhecimento profundo do fenômeno é a chave para consolidar a tecnologia que tornará a automação completa de uma planta possível, e esse será um passo importante rumo ao futuro da mineração.

MOPE NEWS

[:]]]>

mope


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *