Mineração Chilena: Reduzindo Lucros
Uma parte da Grande Mineração Chilena, incluindo a CODELCO, parece gastar mal, aplicando muito investimento para tratar cada vez mais ganga (devido à queda dos teores nas reservas), através de grandes projetos, grandes equipamentos de mineração, maior quantidade de insumos, etc., mas, produzindo estritamente o mesmo cobre fino a cada ano, gerando menos lucro e, consequentemente, reduzindo sua contribuição para o tesouro, anualmente.
Havendo algumas exceções, geralmente observa-se que o dinheiro de investimento em “mineração” nos últimos anos não gerou maior produção ou lucros para essas empresas, mas, em compensação, incentivou atividades laterais (engenharia, grandes fabricantes globais e fornecedores de insumos ), assim como ocorre de certa forma (mantendo as proporções) com clubes de futebol e outros negócios ditos “de fachada”, cuja pessoa jurídica é precarizada, deixando o dinheiro para girar nas atividades auxiliares, fora do “campo” (passes de jogadores, marketing, etc.).
Sabemos que existem grupos financeiros globais (que operam sob o nome de “mineradora”) que se enriquecem pagando poucos impostos no país de origem e reportando lucros em paraísos fiscais, pelo que não seria de estranhar que na situação que hoje existe na mineração algum plano financeiro global esteja escondido, onde algumas mineradoras são artificialmente precarizadas localmente em sua atividade principal, para pagar cada vez menos tributos.
A forma tecnicamente correta de reduzir custos e aumentar o desempenho das usinas não parece interessar alguns mineiros localizados mais próximos do mercado global do que da mina, talvez “temendo” por um eventual aumento do lucro (o que geraria mais impostos) ou , ainda, com medo de uma redução no preço da commodity, onde o “mercado” poderia querer reclamar um pedaço do sucesso derivado de alguma boa ação técnica por parte das mineradoras mais autênticas, da mesma forma inversa que esse mercado recompensa com preços maiores em tempos de crise, inclusive ambientais.
Em síntese, parte do grande setor de mineração parece preferir continuar neste jogo de mercado, produzindo cada vez mais caro, gerando menos lucros (e impostos), direcionando investimentos para grupos globais de tecnologia e insumos, tornando essas mineradoras improdutivas e com baixa contribuição tributária para o país, mas deixando o preço da Commodity compensar essa docilidade.
O Chile, com toda a justiça, para não se deixar manipular por jogos financeiros ou estratégias de mercado, logo se terá que pagar impostos sobre as vendas e não apenas o eventual lucro operacional das mineradoras, que está em franco declínio. Somos a favor do “royalty”!
Investimento de US$100 bilhões en 10 anos (não parece faltar dinheiro)
Produzindo praticamente o mesmo cobre fino ao longo de todo esse tempo
Deixando ao Estado y ao povo chileno com menos tributos
Felizmente, tanto no Chile quanto no Brasil, existem inúmeras mineradoras que lutam frontal e honestamente contra os seus desafios técnicos, principalmente o desafio da queda do teor do minério. Sem cair na tentação de apenas priorizar discursos para melhorar a “reputação”, também existem empresas que lutam com responsabilidade para recuperar a sua atividade face aos acidentes ambientais. Essa maioria das mineradoras buscam fazer da mineração um negócio sustentável para todos, para o investidor, para seus funcionários, para a economia local, para o meio ambiente e para o país ou região que os acolhe.
MOPENEWS