A mineração em diferentes perspectivas
Em anúncio recente, o IBRAM demonstra a intenção de aportar energias para incentivar a pesquisa geológica no Brasil, segundo modelos Canadense e Australiano. Isto equivale a estimular a proliferação de juniores no Brasil, como ocorre nestes países. Argumenta-se no mesmo artigo que a nova ação poderia levar o Brasil a ser forte em “terras raras”. Curiosamente, relaciona-se o mau resultado da exploração desses minerais não à falta de pesquisa geológica, mas sim à falta de avanço tecnológico.
Contrário ao modelo defendido, a atividade de pesquisa será muito mais benéfica ao país se desenvolvida, principalmente, pelas próprias mineradoras em operação, na procura de novas reservas à medida da necessidade de extensão racional da sua vida útil ou de oportunidades de expansão de seus negócios. Este, aliás, é um dos aspectos interessantes que se observa na mineração Chilena. Tudo em consonância com o conhecimento maduro que essas empresas tem do mercado, da própria atividade minerária em si e das questões tecnológicas envolvidas.
A descoberta de novos depósitos por terceiros (raramente uma empresa júnior se torna de fato uma mineradora) guardam aspectos especulativos com potencial de trazer mais danos do que benefício ao Brasil, servindo de “fogo amigo”. Neste aspecto, como em um jogo de “poker”, o mercado global da mineração estimula os países em desenvolvimento a mostrarem todas as “cartas que tem na mão”, para no final reduzir o preço das commodities.
Portanto, o pequeno produtor deve ser incentivado, abrindo-se o poder comprador local em diversas áreas onde atuam. O produtor mediano deve ser incentivado, oferecendo-se melhores condições de logística e de consumo local de matérias primas. Já os grandes produtores nada precisam do Governo. Pelo contrário, o Brasil é quem precisa que paguem em dia os seus impostos, trabalhem com maior segurança, priorizando a preservação da vida e maior respeito ao meio ambiente.
O Brasil não se tornará mais rico a rebote da descoberta de mais depósitos minerais. Isto acontecerá ao se aproveitar melhor o que já se conhece e que por anos a fio aguarda investimentos para serem aproveitados.
Alexis Yovanovic
Muito bom mesmo