Ações preventivas, sensatas e corajosas         

Diversos complexos de mineração (da VALE, ARCELOR MITTAL e outros que poderão vir em breve) estão paralisando produção e/ou evacuando setores próximos a barragens consideradas perigosas, enquanto são feitas novas avaliações. Isso não deve ser considerado como sinal de perigo iminente em relação a essas barragens ou um mero “gesto” político das mineradoras como resposta à opinião pública. Trata-se de ações corajosas e responsáveis que parecem refletir uma nova atitude das mineradoras em relação a este assunto. Isso deve ser elogiado e estimulado.

Nossa sugestão é revisar todos os processos de produção das mineradoras, à montante, procurando reduzir drasticamente a geração de rejeitos finos. Acreditamos que a melhor forma de lidar com rejeitos é ”não gera-los” ou mitigar a sua geração (Concentração Seletiva).

FABRICAÇÃO DE TIJOLOS?

Destacamos dentro das notícias desta semana, diversas opiniões de acadêmicos em relação à utilização do rejeito de minério para a fabricação de tijolos.

Parece um discurso ecologicamente correto, mas muito pouco prático.

HAJA TIJOLO!

1861 tijolos para uma moradia do tipo Minha Casa Minha Vida.
Assumamos 2 Kg de rejeito dentro de tijolo de 2,5 Kg.
Déficit habitacional do Brasil: 7 milhões de moradias.
Total: 26 milhões de toneladas de rejeito vindo da mineração bastariam para solucionar o problema da Moradia no Brasil. Essa quantidade de rejeito é próxima daquela vazada em Brumadinho.
Produção Anual de rejeitos no Brasil (Ferro, fosfato, Ouro, Cobre e etc.): aproximadamente 500 milhões de toneladas ano (mais de 40% disso em Minas Gerais) com tendência a aumentar.
Bastariam 18 dias de produção mineral no Brasil para acabar com todo o déficit habitacional.
Que faremos com os outros 347 dias de produção?
Que faremos com os bilhões de toneladas já depositadas em barragens?
Que faremos com todo o rejeito espalhado por Mariana e Brumadinho?

Alexis Yovanovic